quinta-feira, 16 de maio de 2013

Victor, do envio pra eutanásia para uma nova chance de vida!




Me recordo com carinho do dia em que recebi o telefonema sobre um cachorro que "havia invadido uma casa e estava muito doente".
Chamei o motorista o Sr. João Venâncio e fomos a tarde averiguar o caso.
Na casa sem portão um cachorro muito debilitado estava embaixo de uma mesa numa varanda. Sereno, mas com terríveis sinais de desnutrição, secreção nasal e em estado de alerta.
Não quis amizade, apenas nos observava de longe.
A dona da casa nos informou que ele havia invadido sua casa. Ela tinha um filho com câncer e ele estava de alta do hospital e viria no dia seguinte para casa.
A situação que encontrava o cachorro, com sinais de doença grave impedia a permanência do filho. ela então nos pediu que o retirasse.
Liguei para o veterinário municipal e passei as condições, por telefone ele me disse que poderia ser Cinomose, mas precisava de confirmar, e só no dia seguinte poderia avaliar a situação.
Marquei a retirada do cão para  dia seguinte.
Na tarde do dia seguinte, enviei dois funcionários para a captura, confesso que não tive coragem de ir, pois os sintomas: secreções nos olhos, as orelhas em pé, a desnutrição apontavam pra cinomose e acompanhar uma eutanásia era algo fora do contexto pra mim.
Mas para minha surpresa no final do dia, Vitor aparece no Abrigo. No exame ele passou com esmero! O diagnóstico foi desnutrição e sarna.
As injeções e o Receituário veio com ele, 2 longos meses de tratamento.
Isolado na quarentena, comecei a criar vínculos com ele.
A pior parte era as injeções de ivermectina. Tínhamos que pegar ele no cambão, pois ele não deixava aplicar a vacina nem com ajuda de focinheira. A funcionária Fabiana Duran passava exatos 30 minutos cansando ele, quando estava contido  eu aplicava a injeção e logo ele acalmava com carinho e petiscos.
Após 2 meses iniciamos a socialização na matilha, logo ele fez amizades e é um charme entre as cadelas!
Somos amigos a ponto de eu sentar e ele se aninhar no meu colo.
Torço pra alguém adotar ele, mesmo sabendo que a saudade será grande.
Suas orelhas em pé é um charme, seu pêlo está brilhante e ele está saudável!
Uma vitória para meu amigo VITORioso!

domingo, 12 de maio de 2013

Um exemplo de mãe: Nega do cemitério.


Uma das histórias mais comoventes do Abrigo é a da Nega do cemitério.
Há muitos anos atrás a Flor nossa voluntária do Abrigo foi chamada pelo coveiro do cemitério local. A Flor já cuidava de cães abandonados e por isso, sempre foi referência na cidade (o Abrigo ainda não existia). O coveiro informou a ela que próximo a um túmulo uma cadela havia dado cria. Segundo ele, ela perambulava a muito tempo pelo cemitério e a historia que corria por ali é que seu antigo dono estava morto e por isso ela morava num lugar tão incomum.
Ao chegar ao local a Flor viu que ela havia cavado um buraco e dado cria bem perto de um tumulo. Apesar de a cadela estar bem brava ela conseguiu alojar ela e seus 7 filhotes na capela do cemitério, levou panos caixa e comida.
Todos os dias Flor fazia esse caminho ia até o cemitério levar alimentos e ver se estava tudo bem com a Nega. Assim começou uma amizade incomum mas perfeita.
Os problemas foram surgindo. Os visitantes do cemitério não aceitavam a cadela, pois quando se aproximavam da capela ela avançava e ameaçavam com mordidas.
Certa vez uma mulher com problemas mentais, levou a Nega com todos os filhotes embora. A Flor passou o dia procurando e localizou a mulher  trazendo  a Nega de volta.
Por fim as autoridades da época exigiam a retirada da Nega do cemitério.
A prefeitura tinha um local abandonado e ofereceu para a Flor cuidar da Nega e sua ninhada lá.
Ela deu um trabalhão para o pessoal da Vigilância Sanitária pois se recusava a sair do cemitério.
Em contra partida nas proximidades da Vila Celpav 7 filhotes foram abandonados numa caixa.
Uma outra voluntária a Carol, foi até o local e recolheu os filhotes, infelizmente a situação deles não era favorável, pois ainda estavam mamando.
Deus então decidiu unir esses dois anjos, Carol procurou a Flor e elas introduziram os outros 7 filhotes na ninhada da Nega. E para surpresa de todos, aquela cachorra tão brava aceitou os outros filhotes e amamentou os 14 cachorrinhos. Eles cresceram e foram dados em adoção.
A Nega foi castrada e viveu por muito tempo naquele local, mas a idade chegou e ela ficou cega.
A amizade da Nega e da Flor só fortaleceu. Todos os dias a Flor ia até o local e levava comida pra Nega e pra outros tantos animais que foram se abrigando ali.
Quando um grande problema apareceu (os animais foram despejados) eles foram todos encaminhados para o Abrigo Municipal.
A Nega sofreu com as adaptações, perdeu peso e adoeceu.
Foi recuperada, e colocada numa baia exclusiva, com suas antigas companheiras.
A Flor manteve a rotina e descia todos os dias no Abrigo para alimentar a Nega, pois como ela era muito idosa, cega e quase sem dentes recebia uma alimentação a base de carnes e ração, preparadas pela Flor.
O Abrigo passou por um momento muito ruim, muitos animais adoeceram e morreram.
A Nega também adoeceu, mas superou firme.
Minha amizade com a Nega foi sempre muito restrita, ela não aceitava muito bem pessoas estranhas, certa fez ela se feriu feio, a perna foi dilacerada. Comecei a fazer os curativos e ela protestava. no final do tratamento estávamos amigas.
Nesse início de maio de 2013 a Nega caiu doente novamente. Enviamos ela pra a Clinica da Dra Isabela Que internou nossa velinha. Na manhã do dia  11 perdemos nossa Nega.
Vítima da idade, sofreu um infarto.
Essa mãezona de 14 filhotes, amiga, guerreira e fiel.
O Abrigo estava em silêncio quando cheguei e encontrei a Flor chorando.
Conto essa história hoje, para mostrar que a Nega é um exemplo de mãe. Mesmo sofrendo maus tratos, abandono e vivendo num local ermo, incomum ela aceitou a maternidade e a adoção. Alimentou do seu próprio leite desconhecidos e os amou incondicionalmente. 
Nega do Cemitério, agora você mora no céu dos cachorros, já não esta mais cega, magra e doente, esta feliz linda e corre entre as pernas de Jesus, brinca feliz e nos deixa com muitas saudades!

sábado, 11 de maio de 2013

Pedágio em prol do Abrigo atinge a meta esperada!

O segundo pedágio em prol do Abrigo foi um sucesso! Realizado em Luiz antônio no início da Av. Independência. O objetivo deste era ter um caixa para custear as vistas ao veterinário e suprir as necessidades de medicamentos para os nossos amiguinhos. Para este mês estamos tranquilos.
A todos os motoristas que colaboraram, a Policia Militar e a Prefeitura Municipal que autorizaram nosso pedágio, aos pedestres e ciclista o nosso "muito obrigado"!



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Não temos cães de raça. Temos "Cães com Histórias"


Uma das perguntas que mais respondo é essa: Lá no abrigo vocês tem cães de raça? Por vezes respondo em tom de brincadeira: sim temos todas as raças misturadas em um só!
O consumismo da população reflete até mesmo na hora de adotar um cão ou um gato. Tem que ter "marca".
Mas em um abrigo os cães e gatos possuem histórias comoventes Historias que por vezes fazem a gente pensar e rever os conceitos de uma vida inteira.
A maldade humana presente no abandono, nos maus tratos.
A superação ao conseguir vencer uma doença.
O extremo amor pelo seu dono.
...
Neste blog, vou contar cada histórias, umas que vivenciei, outras que ouvi.
Quando coloquei meus pés nas areias brancas do Abrigo São Francisco, não imaginava que aqueles peludos fossem mudar pra sempre minha vida.
 Helena perambulava pelas imediações da Escola que Helena, dai veio seu nome.
 Foguinho, após ser espancada teve uma fratura na perna, ainda era bebe.
 Lupi foi atropelado e seus antigos donos não se importaram, foi resgatado e infelizmente teve que amputar a  pata
 Fujona era errante, sempre que a capturamos ela fugia mas sempre voltava pro Abrigo.

 Huck era o terror da rua serrana, derrubava motoqueiros e era considerado um cão violento. 
 Sasha veio de uma ninhada de 12 filhotes, foi abandonada pela sua ex dona.

 Xico, um sobrevivente de cinomose.

 Zeus foi abandonado na porta do Abrigo dentro de uma caixa com outro cachorro num dia de muita chuva, seu companheiro morreu de cinomose, pois a doença já estava em estado avançado. Zeus sobreviveu ao abandono, a chuva e a doença, pois não foi contaminado.
 Victor foi acusado de invadir uma casa, capturado estava com uma sarna e desnutrido.
 O Vô foi abandonado nem um matagal, tinha artrose e não andava, um cão idoso abandonado por estar velho e doente
 O Negão é um pitbull treinado pra rinha seu antigo dono está preso.
 TchuTchucão, abandonado no lixão com uma enorme bicheira na cabeça.
 Marlon um dos pioneiros, abandonado pelos donos nas ruas.
 Esse filhotes foram abandonados na porta da igreja em uma noite fria.
 Essa linda nasceu no lixão.
 Esse lindo nasceu no lixão.
 Esse lindo nasceu no lixão.
Esse lindo nasceu no lixão.

 Daniela Roberta deu cria numa obra, é uma sequelada de cinomose.
 Essas belezas nasceram no lixão da cidade.
 Pandora foi abandonada na porta do Abrigo
 Essa linda veio da Usina Moreno.
 Esse lindo veio da Escola Helena.
 Tico sofreu com a violência, foi espancado.
 ^Sussu foi abandonada pela sua dona por suspeita de cinomose, o que segundo a veterinária ela não tem.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Tico, foi brutalmente espancado.

Este simpático senhor é o Tico.
Sua história é bem comovente, tinha um dono que foi embora da cidade após a safra de cana. Tico ficou na casa sozinho sem alimento, vagava pela cidade e a noite ficava na porta da sua antiga residência  esperando que seus donos retornassem. Quando a casa foi alugada os novos moradores o colocaram na rua. Por fim ele começou acompanhar uma moradora da casa em frente. 
Acabou passando seus dias na porta da Destacamento Militar e a noite voltava para a sua antiga casa. No frio, na chuva dormia na calçada.
Tico encontrou pessoas que o ajudava, o alimentava.
Lembro com carinho nos dias da campanha de vacinação do Abrigo quando fomos vaciná-lo e ele dócil nem ofereceu resistência.
A Flor, voluntária do Abrigo, sempre alimentava ele todos os dias. Tico já não possui todos os dentes, já é um ancião, então habituou-se a comer comida não ração. Os Policiais também sempre que possível deixava comida, água e até um pano para que o Tico se abrigasse nos dias de frio.
Porém o mal caminha pelas ruas de Luiz Antônio
Uma noite dessas atacaram o Tico e as extensões dos danos apontam pra pessoas, pois ele tem a pata dianteira quebrada além de outras escoriações pelo corpo.
Mesmo mancando ele fazia seu caminho todos os dias. As manhãs e tardes no destacamento e as noites no portão da casa dos antigos donos.
O Abrigo foi acionado pela Flor, logo encaminhado para atendimento veterinário com a Dra Isabela.
Hoje Tico é um dos nossos hóspedes.
Muito debilitado, tomando diversos remédios e injeções, Tico se recusa a comer, está triste. As dores, as decepções foram muitas nos anos desse cachorro.
Como o histórico do Tico é obscuro pra gente (como na maioria dos cães de rua) e mesmo com a vacinação em fevereiro de 2013, ele desenvolveu parvovirose. 
Hoje, 7 dias depois da sua entrada no Abrigo ele teve uma melhora, comeu e até quis arrumar briga com outro cachorro que invadiu sua baia. Para nós apesar da malcriação foi motivos de alegria.
Não sei o que se passou pela cabeça da pessoa que espancou um cão tão indefeso e dócil como Tico, mas imagino que se passou pela cabeça do Tico: o que será que fiz de errado para merecer tanta maldade?
Eu posso responder: Tico, você amou, esse foi o motivo de tanta maldade. Você amou seus ex donos, amou sua antiga casa, amou morar na calçada, amou acompanhar suas novas amigas, amou viver na porta do destacamento. Mas o maldito que te espancou não lhe foi ensinado a amar, então ele fez o que lhe ensinaram: aniquilou, ou pelo menos tentou aniquilar o imenso amor que você tem, meu querido Tico.
Nós funcionários e voluntários do Abrigo estamos lutando e torcendo por sua recuperação!

Abrigo para cães e gatos São Francisco de Assis de Luiz Antônio-SP

A luta para salvar da maldade humana os cães e gatos errantes das cidades tem crescido. Não há uma cidade grande que não tenha protetores dispostos a sacrifícios para socorrer, abrigar e lutar pelos pequeninos. Os recursos sempre escassos, mas a vontade e o amor nos sobra. As doações vem sempre, Deus nunca nos abandona.
Como Luiz Antônio, localizada no interior de São Paulo, próximo de Ribeirão Preto ia ficar fora dessa?
Criado em meados do ano de 2012, o Abrigo já socorreu centenas de animais. Atualmente possui em torno de 100, entre cães e gatos. Esta em sua capacidade máxima. Com problemas que por vezes nos foge a compreensão, como documentação, irregularidades no prédio e falta de veterinário, herdada de tempos passados. Atualmente estamos correndo atrás desses problemas e esperamos que em breve possamos estar de acordo.
O destaque do Abrigo são dois: os cães e gatos e suas belíssimas e emocionantes histórias e seus voluntários, guerreiros na luta pela vida do dia a dia.
Atualmente eu Patricia Duran junto com uma equipe de anjos maravilhosos (os funcionários) administramos o Abrigo. Criei este blog pra contar as histórias, os fatos que por vezes vão além dos alambrados do Abrigo.
Conto com vocês para divulgar, compartilhar e seguir esse maravilhoso projeto que busca o bem estar e o acolhimento desses excluídos. 
Lambidas dos meus lindos pra todos! 
Acesse:
http://www.facebook.com/groups/309333982512032/